sexta-feira, outubro 02, 2009


Paciente de 54 anos procura o pronto-atendimento queixando-se de dispneia aos médios esforços, ortopneia e dispneia paroxística noturna, quadro clínico este iniciado há 4 meses, sendo realizado o eletrocardiograma anexo.

Julgue as informações elencadas abaixo

(A) O ECG é normal

(B) Existem distúrbios primários da repolarização ventricular na parede apical

(C) O supradesnivelamento do segmento S-T na parede anterosseptal é indicativo de que o mesmo esta sendo acometido por infarto agudo do miocárdio

(D) O ritmo é anormal

(E) O não crescimento da onda R na parede anterosseptal evidencia necrose subepicárdica, proveniente de infarto do miocárdio ocorrido no seu passado

1 Comments:

At 4:28 PM, Blogger Unknown said...

Grande Neif!

O ECG apresentado não é normal, entretanto, as alterações apresentadas não são compatíveis com IAM com supra do segmento ST, mas sim com bloqueio do ramo esquerdo com distúrbios secundários da repolarização ventricular. Embora não tenhamos uma visão global do ritmo, aparentemente não há anormalidades, uma vez que cada QRS é precedido por uma P.
O BRE efetivamente cursa com alterações que mascaram ou simulam infarto, como as alterações do segmento ST e onda T e não crescimento da R.
No entanto, alguns detalhes do traçado, que falam contra IAM, devem ser observados – as alterações secundárias da repolarização são discordantes com a orientação do maior componente do QRS (exemplo: complexos QRS predominantemente negativos em V1 com supra de ST e T positiva); o segmento ST é côncavo; e a elevação do ST é menos que 5 mm.
Finalmente, importante valorizar a clínica, que no caso não sugere IAM.
Volto a lembrar do artigo de elevação do segmento ST em outras situações que não o IAM, vale a pena dar uma olhada - N Engl J Med 2003;349:2128-35.


Abraço

 

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