quinta-feira, setembro 24, 2009


Mulher, 57 anos, fumante inveterada (60 maços/ano), é internada com insuficiência cardíaca predominantemente direita, apresentando dispneia em repouso, turgência jugular patológica, hepatomegalia, edema de membros inferiores (++++/6) e cianose de extremidades.
O exame físico mostra uma paciente pletórica com obesidade central e auscultam-se roncos e sibilos em ambos os hemitóraces.

Analise o eletrocardiograma e julgue as informações abaixo.


(A)Taquicardia sinusal

(B)Sobrecarga atrial direita

(C)Hipertrofia ventricular direita com sobrecarga sistólica

(D)Distúrbios primários da repolarização ventricular anterosseptal

(E)Necrose subepicárdica na parede anterior

(não crescimento da onda R de V2 a V6)
Comentários
A hipertrofia do ventrículo direito é ocasionada por cardiopatias congênitas que sobrecarregam as cavidades direitas com aumento de volume sanguineo, como a comunicação interatrial, ou por aumento de pressão nas mesmas, como encontrado nas estenoses pulmonares.
Dentre as causas adquiridas a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), nas suas formas de bronquite crônica e/ou enfisema crônico, tem maior importância como causa de hipertrofia ventricular direita levando ao cor pulmonale, quadro de insuficiência cardíaca predominantemente direita.

quinta-feira, setembro 17, 2009


Paciente de 63 anos, homem, hipertenso, tabagista de 30 maços/ano, foi atendido no pronto-socorro apresentando pico hipertensivo (220/110 mmHg), dispneia, mal-estar inespecífico, cefaleia e tonteiras.
Julgue as assertivas elencadas em face do eletrocardiograma realizado.

(A) O ECG é normal.

(B) Existe nítido supradesnivelamento do segmento S-T em parede anterosseptal e, portanto, o paciente está sendo acometido por infarto agudo do miocárdio nesta parede associado à crise hipertensiva.

(C) O ECG é anormal mas o ritmo é normal, ou seja, sinusal.

(D) O ritmo é regular.

(E) Existem evidências de isquemia ativa nas paredes inferior e apical.

COMENTÁRIOS

O ECG mostra ritmo juncional, irregular, extrassístoles ventriculares unifocais e hipertrofia ventricular esquerda (HVE) com sobrecarga sistólica, além de distúrbios secundários da repolarização ventricular na parede inferior.

As alterações do segmento S-T e da onda T nas paredes apical e lateral alta (derivações esquerdas) são decorrentes da hipertrofia do ventrículo esquerdo.

O supradesnivelamento do segmento S-T na parede anterosseptal é do tipo côncavo, observado com frequência no HVE e corresponde à imagem-espelho da parede apical, sem representar infarto agudo do miocárdio. Este, geralmente, vem acompanhado de supradesnivelamento do segmento S-T com a forma convexa.

terça-feira, setembro 08, 2009



Paciente de 84 anos atendido no pronto-socorro com súbita hemiplegia completa e proporcionada à esquerda, quadro iniciado há 2 horas quando se dirigia para o supermercado.Ele é hipertenso e diabético, em uso regular de captopril, AAS, glibenclamida e metformina.

(a) O ECG é normal.

(b) O ECG não é normal mas, provavelmente, as alterações observadas não estão relacionadas com o quadro clínico apresentado pelo paciente.

(c) Esse paciente deveria estar em uso de anticoagulante oral.

(d) Ele já estava em uso de AAS, que o protegeria de eventuais embolias sistêmicas, mas deveria estar em uso de antiarrítmicos orais, como a amiodarona, por exemplo.

(e) Ele está sendo acometido por infarto agudo do miocárdio. Deverão ser solicitados marcadores de necrose miocárdica, como a troponina I e a CK-MB.

Discussão

A fibrilação atrial é uma das importantes causas de embolias sistêmicas e, se associada com outras condições mórbidas (sobretudo hipertensão arterial, diabetes, insuficiência cardíaca, valvopatias e episódios prévios de embolias), deverá ter um controle mais rigoroso, visando a anticoagulação plena, oral ou parenteral.

Tanto os eventos agudos, paroxísticos, quando os persistentes e permanentes poderão desencadear embolias, mas aqueles cujo tempo de instalação da arritmia sejam maiores que 48 horas estão mais propensos aos episódios.

Os antiarrítmicos devem ser usados com cautela nos casos persistentes e permanentes e somente deverão ser administrados quando o paciente estiver plenamente anticoagulado (INR entre 2 e 3), pelo risco de reverter a fibilação atrial ao ritmo sinusal e promover outros eventos embólicos agudos.